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Autor:
Intérprete:
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Som quieto e triste,
Flutuando no espaço morto.
O teu dedo, em riste,
E eu tão absorto.
O esboço de uma figura,
Nas cores evanescentes.
A espera, quase tortura,
Pelas vozes ausentes.
Fio tênue de vida,
Esvaindo-se em amarelo ouro
Atrás de esperança perdida,
Certeza de mau agouro.
Fingindo que existo,
Torno meus olhos surdos.
Lembro de Cristo
E outros absurdos.
Palavras-ariete,
Pondo fogo no ar.
Onde está o tapete,
Meu direito de voar?
Estranho sentimento,
Peculiar forma de sorte.
Ficar atento,
Permanecer forte.
Teu cheiro cor de mel,
Tua boca vermelha.
O tempo cor de pastel,
Quase o fim da centelha.
O fim do meio se aproxima
Cavalgando em nuvens soltas.
Não quero ficar por cima,
Nessas águas revoltas.
Valsa do adeus,
Samba do começo.
Qual de meus eus
Vai te perder o apreço?