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Autor:
Intérprete:
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Onde estão aquelas noites gostosas,
Do 3º Uísque, Arabesque e Girassol?
E outras tantas casas famosas,
Onde costumava nascer o sol?
Jorge Costa, Zé Domingos, Roberto Luna
E outros tantos iguais?
Era-se rico sem fortuna,
O ser humano valia mais.
Um Old Eight com gelo
Durava a noite inteira.
Era o derradeiro apelo,
Os problemas na soleira.
Um tango perdido na noite,
Cantando tragédias da vida.
E, batendo como açoite,
Espalhava a dor mais doída.
A mesa no mesmo lugar
Dava ao mundo coerência.
O palco era o sagrado altar
Onde se cumpria a penitência.
A conta, pendurada,
Ficava para o fim-do-mês.
A assinatura, largada,
Marca registrada do freguês.
O samba corria rasgado.
Dor, só mesmo a de cotovelo.
Que não carecia de cuidado,
Convite ou maior apelo.
A iluminação, tão pouca,
Não fazia falta, não,
Quando a voz, quase rouca,
Dizia: meu bem, agora não.
Os boêmios tinham nome
E os garçons também.
Pouco valia o sobrenome,
Todo mundo era alguém.
Por volta das quatro
Chegavam as mariposas.
Findara-se o teatro,
Ganharam as esposas.
De repente um gaiato gritava,
No meio daquele breu.
Quase sempre chorava
Dizendo: hoje quem paga sou eu.
Madrugadas com Lupicínio,
Evaldo e Jair.
Permanente o fascínio,
O simples encanto de ouvir.
E você meu irmão
Lucio Cardim.
Não se esqueça, não,
Nunca jamais, de mim.