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Autor:
Intérprete:
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Edílio Mattei Jr.
Por demais se aprecia
As macias e quentes
Colchas de Luzia.
No inverno, quase mania,
No verão, quase serpentes,
Durante toda noite e dia.
Sem elas
A cama fica pobre
E o sono tosco.
Naquelas entretelas,
Não há quem se lhe cobre
Melhor e mais terno enrosco.
Garantia de toda vida,
Presente caro a nubentes,
São colchas de primeira.
De trama bem tecida,
Tornam as noites quentes,
Perfumadas como roseira.
Luzidias no escuro,
Cor de ébano tardio,
Despertando fino tato.
Trazem conforto ao futuro,
E algum morno fastio,
Quando não desacato.
Longas mas não compridas,
Com as extremidades bordadas
Em reluzentes ouro e prata.
Muito bem fornidas,
São sempre as mais disputadas.
Das colchas, a nata.
Têm, bem no meio,
Marca tão bonita
Que até seria, se já não fosse,
Verdadeiro esteio,
Verdade infinita,
Infinitamente doce.
Muito se aprecia
As macias e quentes
Colchas de Luzia.