MÁSCARA

Teus olhos, dolentes,

Em teu rosto abatido,

São como os duendes,

O tesouro escondido.

Tua máscara não esconde,

Ao contrário, exibe.

Tal como a fruta do conde,

A odalisca do Caribe.

Te via, sem te ver.

Hoje eu te conheço:

Entre o ter e o ser,

Nasceu-te meu apreço.

No escuro claro da luz,

Aprendi a ver o que não via.

E, hoje, o que me seduz,

É, nos teus olhos, a alegria.

Ah, essa máscara reveladora,

Que mostra ao inves de esconder.

Uma feliz embaixadora

Do que eu gostaria de poder.