Autores:
Intérprete:
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Paulo D'Elia
Paulo D'Elia
Coitado, morreu de tédio,
Comendo belo cuscuz.
Nunca precisou de remédio,
Nem que fosse de truz.
Casado com mulher linda,
Filha de pai rico.
Na vida, mais e ainda,
Nunca pagou mico.
Trabalhava no que gosta,
Bela casa na praia.
Tinha sempre boa resposta
E uma secretária paraguaia.
A saúde era perfeita,
O sexo animal.
Nunca sofreu desfeita,
Nunca se deu mal.
Filhos primeiros da classe,
Avião particular.
Na alfândega só ouvia: passe.
Fila, nem pensar.
Nunca emprestou dinheiro,
Nem mesmo a parente.
Rescendia a água-de-cheiro,
Nem parecia ser gente.
A única coisa que temia
Era o cuscuz de sua avó.
Bem que ele sabia:
Era ruim de dar dó.