Autores:
Intérprete:
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Paulo D'Elia
Paulo D'Elia
Um mútuo fez meu cliente
E deixou de pagar.
Aborreceu o gerente
Que mandou protestar.
O banco propos execução,
Com garantia de penhora.
Ultimada a intimação,
Pediu juro de mora.
Aleguei carência de ação,
Que deveria ser monitória.
Pelo sim, pelo não,
A única escapatória.
O juiz abriu vista
Para manifestação.
Propos pagamento à vista,
Sem juros e correção.
Ele ia receber um dinheiro
E me pediu para adiantar.
Havia se tornado herdeiro
Grana não iria faltar.
Emprestei de bom grado,
De olho nos honorários.
Não que fosse abonado,
Mas são bons os inventários.
Homologado e pago o acordo,
Apresentei minha conta.
Nem era valor tão gordo,
Mas longe de pequena monta.
Agradeceu muito o trabalho,
Prometeu pagar no mês seguinte.
Meio duro, pra quebrar o galho,
Tomei empréstimo de vinte.
Isso faz já um ano.
Ele se mudou para Lisboa.
Fiquei só com o cano
E ele com a vida boa.