Autores:
Intérprete:
Júlio dos Santos Oliveira Jr.
Paulo D'Elia
Paulo D'Elia
Em corcel de ouro viajei,
Vendo a nudez da Terra.
Assustado calouro, a luz me fez
Desdenhar a guerra, olhar o céu.
O cheiro de alcaçuz, em papel de bala,
Tomou-me por inteiro, tirou-me a fala.
Numa cortina de luz, coberta de estrelas,
A lava caia, a estremecê-las.
Minha alma, escrava, eu corso púnico,
Toquei o absoluto, o único.
O cheiro de alcaçuz, em papel de bala,
Tomou-me por inteiro, tirou-me a fala.
O Santo Sudário, em cor de sangue,
Falava-me dos pecados humanos.
Em extenso mangue, sem proprietário,
Errantes ciganos, todos errados.
O cheiro de alcaçuz, em papel de bala,
Tomou-me por inteiro, tirou-me a fala.
O perdão me abraçou, solene, benvindo.
A mão de meu pai, em arco-íris tão lindo,
Num gesto perene, como a lágrima que cai,
Estendeu-se, sorrindo, para o amigo que não trai.